sexta-feira, 18 de junho de 2010

2 de fevereiro de 1911




SONETO

2 DE FEVEREIRO DE 1911.

"Ao meu primeiro filho nascido
morto com 7 meses incompletos".



Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial,
Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
Em tua morfogênese de infante
A minha morfogênese ancestral?!
Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?...
Ah! Possas tu dormir feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na noumenalidade do NÃO SER!


Augusto dos Anjos

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